Margaret Schönberger Mahler

(1897-1985)

De nacionalidade austríaca, Margaret Schönberger Mahler nasceu em Sopron, na Hungria, em 10 de maio de 1897, e faleceu em Nova York, EUA, em 2 de outubro de 1985. Formou-se em medicina em 1922 e, na Áustria, mudou seu foco de interesse da pediatria para a psiquiatria. Em 1926 iniciou, com Helene Deutsch, sua análise de formação ou didática. Sete anos depois ela era aceita como analista. Com Anna Freud, ela criou o primeiro centro de tratamento para crianças em Viena.

Em 1936, Margaret Mahler casou-se com Paul Mahler e, fugindo da perseguição aos judeus, mudou-se para a Inglaterra e depois para os Estados Unidos. Malher ofereceu seminários sobre psicanálise de criança, deu aulas e filiou-se ao Instituto do Desenvolvimento Humano, ao Instituto Educacional e à Sociedade Psicanalítica de Nova York, cidade onde se fixou.

Em 1948 realizou estudos clínicos sobre psicose normal e patológica em crianças. Ela distinguia no bebê a psicose autística e a psicose simbiótica (normal ou patológica). Em 1950, Mahler e Manuel Furer fundaram o Master’s Children Centre em Manhattan. Ali desenvolveu um modelo de tratamento tripartite, no qual a mãe participava do tratamento da criança. Mahler deu ênfase ao papel do meio ambiente para a criança. Estava particularmente interessada na dualidade mãe-bebê e documentou cuidadosamente o impacto das primeiras separações da criança com relação à sua mãe.

Sua tese principal parte de algumas das hipóteses de Freud, Bleuler e Kamer. A documentação de sua pesquisa sobre separação-individuação foi a contribuição mais significativa de Mahler para a psicanálise. Ela repousa na teoria freudiana das pulsões e dos estágios de desenvolvimento libidinal. Na teoria de Malher, o desenvolvimento da criança ocorre por fases:

  • Fase autística, nas primeiras semanas;
  • Fase simbiótica, que dura até uns cinco meses;
  • Fase de separação-individuação (marca o fim da fase anterior).

Suas contribuições ganharam muita relevância, embora alguns considerem que elas estão mais voltadas para a psicologia do ego do que para a psicanálise propriamente dita.

Saiba mais: Mahler, Margaret, S., O nascimento psicológico da criança: simbiose e individuação / Margaret Mahler, Fred Pine e Anni Bergman; trad. Jane A. Russo, Porto Alegre, Artes Médicas, 1993.

Resenha elaborada por Maria de Lourdes Teodoro, membro do Instituto de Psicanálise Virginia Leone Bicudo da Sociedade de Psicanálise de Brasília.

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