[…] a herança arcaica dos seres humanos abrange não apenas disposições, mas também um tema geral: traços de memória da experiência de gerações anteriores (Freud 1939).
É um convite para adentrarmos num universo que possa refletir as origens e destinos de vivências traumáticas, suas repercussões na nossa constituição psíquica e social. Momento propício para ampliar os sentidos da célebre frase freudiana: O eu não é senhor em sua própria casa (1917). Sim, um eu invadido, submetido pelas demandas das duas instâncias, mais a verdade material – o ser escravizado pela força abusiva de um outro – oriunda da realidade externa.
Tempo de nos inquirirmos sobre as rotas, traçadas pelo desejo filicida e incestuoso do senhor sobre esse estrangeiro, que traz na negritude da sua pele a marca da diferença, que estranhamente revela as semelhanças. Tempo de propor novas cartografias para traços de memória da experiência de gerações anteriores, rompendo com as ideologias escravocratas, que proliferam assustadoramente tanto nos países colonizados como nos colonizadores no universo de países de língua portuguesa. Um passado revivido no século XXI pelas migrações autoimpostas às populações expulsas por questões políticas, religiosas e sociais, que tornam a vida impossível em seus lugares de origem.
Visando seguir pensando, criando e transformando, convocamos todos para se engajarem nesse processo e, ativamente, percorrer as rotas da escravidão. Em busca de trabalhar nossa herança arcaica traumática – o não passível de ser historizado – para que se faça história, com múltiplas formas de narrabilidade que nossa língua mãe nos proporciona: a magia das palavras (Freud, 1905).
Na expectativa de nos reencontrarmos em Cabo Verde,
Abraços,
Anette Blaya Luz / Presidente
Ignacio Alves Paim Filho / Diretor Científico
Leda Herrmann / Diretora de Comunidade e Cultura
Ney Marinho / Assessor da Comissão Brasileira
Destacamos algumas informações importantes:
Diárias em quarto standard – single 82,00 euros, duplo 99 euros
PROGRAMA
18:00-18:45 ABERTURA
6ª FEIRA – 16 DE NOVEMBRO
09:30-11:00 2ª Mesa Plenária
O ser e o Ter na contemporaneidade
Mesa redonda com 3 comunicações: Africana, Brasileira e Portuguesa
Moderação: não determinada
11:00-11:30 Pausa para café
11.30-13.00 Mesas redondas simultâneas
Sala 1 – Escravidão ou escravidões?
Moderação Africana, 3 comunicações: Africana / Brasileira / Portuguesa
Sala 2 – Ecos do silêncio da escravatura contemporânea
Moderação brasileira, 3 comunicações: africana / brasileira / portuguesa
Sala 3 – A perversidade/alienação da submissão
Moderação Portuguesa, 3 comunicações: Africana / Brasileira/ Portuguesa
13:00-15:00 Almoço
15:00-16.30 Mesas redondas simultâneas
Sala 1 – Branco e negro, que cicatrizes internas?
Moderação Africana, 3 comunicações: Africana / Brasileira / Portuguesa
Sala 2 – Os custos do Ser Humano e o de Ser Humano
Moderação Brasileira, 3 comunicações: Africana / Brasileira / Portuguesa
Sala 3 – Escravidão, voracidade e crueldade?
Moderação Portuguesa, 3 comunicações: Africana / Brasileira/ Portuguesa
16:30-17:00 Pausa para café
17:00-18.30 Temas Livres – Mesas redondas simultâneas
Sala 1 Moderação Africana, 3 comunicações: Africana / Brasileira / Portuguesa
Sala 2 Moderação Brasileira, 3 comunicações: Africana / Brasileira / Portuguesa
Sala 3 Moderação Portuguesa, 3 comunicações: Africana / Brasileira / Portuguesa
Sala 4 Moderação Africana, 3 comunicações: Africana / Brasileira / Portuguesa
18:30 Momento cultural
20:30 Jantar/Convívio
SÁBADO – 17 DE NOVEMBRO
09:30-11:00 3ª Mesa Plenária
Melodias e Ruídos
Mesa redonda com 3 comunicações: Africana, Brasileira e Portuguesa
Moderação: não determinada
11:00-11:30 Pausa para café
11:30-13:00 Mesas redondas simultâneas
Sala 1 – Antigas e novas formas de racismo
Moderação Africana, 3 comunicações: Africana / Brasileira / Portuguesa
Sala 2 – Mutilações no corpo e na alma
Moderação Brasileira, 3 comunicações: Africana / Brasileira / Portuguesa
Sala 3 – As mil e uma desigualdades…
Moderação Portuguesa, 3 comunicações: Africana / Brasileira/ Portuguesa
13:00-15:00 Almoço
15:00-17:00 Mesas de casos clínicos (4 mesas – 2 apresentações em cada uma e 1 comentador)
15:00-17:00 Psicodrama público (alternativa para não clínicos)
17:00-17.30 Pausa para café
17:30-19:00 4ª Mesa Plenária
Escravidão: lupus est homo homini lupus (o homem é o lobo do homem)
Mesa redonda com 3 comunicações: Africana, Brasileira e Portuguesa
Moderação: não determinada
19:00 Mesa de Encerramento
Escolha do país sede do futuro Congresso (2020)